Casos de diverticulite estão ficando mais comuns em pessoas mais jovens

Pesquisa recente mostra cada vez mais casos desta doença intestinal, agora também em adultos com até 50 anos

Durante muito tempo, a diverticulite foi vista como uma doença típica de idosos. Mas essa percepção está mudando. Pesquisas recentes, como a divulgada pela CNN, revelam um aumento preocupante da condição em pessoas com menos de 50 anos. Ainda mais alarmante é que, quando ela aparece em jovens, tende a ser mais agressiva e com maiores riscos de complicações — como perfurações e abscessos.

Esse novo cenário exige um olhar atento, tanto dos profissionais de saúde quanto da própria população jovem, que muitas vezes subestima os sinais do próprio corpo.

Leia também: O que é e como lidar com a Síndrome do Intestino Irritável (SII).

O que é diverticulite?

A diverticulite é uma inflamação ou infecção dos divertículos, pequenas bolsas que podem se formar na parede do intestino grosso, principalmente no cólon. Quando essas bolsas inflamam, o quadro pode ser doloroso e, em alguns casos, muito perigoso.

Causas mais comuns da diverticulite

A origem exata da formação dos divertículos ainda é debatida, mas fatores de risco já são bem estabelecidos. Entre os principais:

• Baixo consumo de fibras: uma alimentação pobre em fibras dificulta o trânsito intestinal, aumentando a pressão no cólon e favorecendo a formação dos divertículos.
• Sedentarismo: a falta de movimento contribui para o funcionamento lento do intestino.
• Obesidade abdominal: o acúmulo de gordura na região do abdômen está diretamente relacionado ao risco de inflamações intestinais.
• Tabagismo: o cigarro prejudica a microcirculação intestinal e interfere no equilíbrio da flora intestinal.
• Alto consumo de carnes vermelhas e alimentos ultraprocessados: uma dieta rica em gorduras saturadas e pobre em fibras altera o microbioma intestinal e favorece o processo inflamatório.

Sintomas da diverticulite: fique atento aos sinais do seu corpo

Muitos jovens convivem com desconfortos abdominais sem imaginar que podem estar diante de algo mais sério. Os sintomas da diverticulite incluem:

• Dor abdominal intensa, geralmente no lado inferior esquerdo
• Febre
• Náuseas ou vômitos
• Constipação ou diarreia
• Inchaço abdominal
• Sensibilidade ao toque no abdômen

Esses sinais são facilmente confundidos com outras condições, como a síndrome do intestino irritável, o que pode atrasar o diagnóstico e agravar o quadro.

Diverticulite em jovens: mais agressiva e mais recorrente

Segundo um estudo publicado no Archives of Surgery, pessoas com menos de 50 anos têm maior chance de recorrência da diverticulite e mais probabilidade de hospitalizações repetidas. Isso desafia a ideia de que a doença, quando afeta jovens, é leve e fácil de tratar.

A explicação para esse fenômeno parece estar no estilo de vida moderno. A chamada “dieta ocidentalizada” — rica em industrializados e pobre em fibras — aliada ao estresse crônico e à falta de atividade física, está criando um “perfil inflamatório” mesmo em pessoas jovens.

Diagnóstico: desconfiança pode atrasar o tratamento

Na prática médica, é comum que dores abdominais em jovens sejam atribuídas a causas emocionais ou funcionais. Esse viés pode atrasar exames importantes, como a tomografia computadorizada, que é hoje o principal meio de diagnóstico da diverticulite.

Por outro lado, o excesso de exames também pode levar à detecção de casos subclínicos, que talvez nem evoluam para uma inflamação grave, gerando dúvidas e, às vezes, intervenções desnecessárias.

É fundamental que o diagnóstico seja equilibrado: nem ignorado, nem exagerado.

Tratamento da diverticulite: como lidar com a crise

O tratamento depende da gravidade do quadro:

Casos leves (sem complicações)

• Dieta líquida ou pastosa
• Antibióticos orais
• Repouso
• Monitoramento por telemedicina (como o oferecido pela Médico24hs)

Casos graves ou complicados

• Internação hospitalar
• Antibióticos intravenosos
• Cirurgia, em casos de perfuração, abscesso ou recorrência intensa

É importante lembrar que, após um episódio de diverticulite, o risco de novos surtos é elevado — principalmente em jovens.

Prevenção: a melhor estratégia para evitar a diverticulite

Diante do aumento da incidência entre jovens, a prevenção se tornou mais importante do que nunca. Pequenas mudanças no dia a dia podem fazer toda a diferença:

• Aumente o consumo de fibras (frutas, vegetais, grãos integrais)
• Beba muita água
• Pratique atividade física regularmente
• Reduza o consumo de carnes vermelhas e ultraprocessados
• Evite fumar e reduzir o consumo de álcool
• Gerencie o estresse com práticas como meditação, yoga ou psicoterapia

Esses hábitos não só reduzem o risco de diverticulite, mas também contribuem para a prevenção de outras doenças inflamatórias, cardiovasculares e metabólicas.

A importância do acompanhamento médico — e da telemedicina

Muitas vezes, sintomas iniciais de diverticulite são negligenciados. Com o apoio de uma plataforma de telemedicina como a Médico24hs, é possível obter orientação profissional de forma rápida, segura e sem sair de casa. Isso pode ser essencial para decidir o momento certo de procurar um pronto atendimento ou iniciar um tratamento conservador em casa.

A telemedicina também permite o acompanhamento contínuo após uma crise, ajudando a manter os bons hábitos e prevenir novas ocorrências.

Conclusão: um chamado à conscientização

A diverticulite em jovens não é mais uma exceção — é uma realidade. E, como qualquer mudança de paradigma, exige atenção, conscientização e ação. Cuidar da alimentação, movimentar-se mais, controlar o estresse e buscar ajuda médica ao primeiro sinal de dor abdominal são atitudes simples, mas poderosas.

A saúde intestinal começa nas nossas escolhas diárias. E nunca é cedo demais para cuidar dela.

Perguntas Frequentes (FAQ)

1. Diverticulite tem cura?
   Sim, principalmente quando identificada e tratada precocemente. Casos leves podem ser tratados com antibióticos e dieta; já os graves podem necessitar de cirurgia.
2. Jovens precisam se preocupar com diverticulite?
   Sim. Estudos recentes mostram que a doença está se tornando mais comum entre jovens e tende a ser mais agressiva nessa faixa etária.
3. Como posso prevenir a diverticulite?
   Adotando uma alimentação rica em fibras, evitando carnes processadas, praticando exercícios físicos, parando de fumar e controlando o estresse.
4. Diverticulite é o mesmo que síndrome do intestino irritável (SII)?
   Não. A diverticulite é uma inflamação real nos divertículos do cólon, enquanto a SII é um distúrbio funcional, sem inflamação evidente.
5. A telemedicina pode ajudar em casos de diverticulite?
   Sim. O acompanhamento remoto pode orientar sobre sintomas, condutas iniciais e ajudar na tomada de decisão sobre quando buscar atendimento presencial.