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Mpox: entendendo a doença que reacendeu o alerta mundial

By 21/08/2024agosto 23rd, 2024No Comments

Em 2024, a Mpox no Brasil se mantém como uma preocupação significativa para a saúde pública.

Entre as principais medidas de manejo e controle da doença está a criação do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) pelo Ministério da Saúde, o qual desempenha um papel crucial na coordenação das ações de controle e prevenção.

Este artigo tem por objetivo trazer as últimas atualizações sobre a Varíola do Macaco no Brasil, com foco em elucidar os aspectos clínicos e  principais dúvidas, promovendo uma compreensão mais completa do cenário atual . Descubra como o Brasil está enfrentando essa ameaça e o que você pode fazer para se proteger e proteger sua família. Estar bem informado e seguir as orientações das autoridades de saúde continua sendo essencial para o combate eficaz à Mpox.

Leia também: Mitos e verdades sobre a varíola dos macados

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O cenário da Mpox no Brasil em 2024

O combate à doença segue como prioridade máxima nos Órgãos de Saúde Brasileiros. Na última quinta-feira (15), o Ministério da Saúde tomou uma importante medida ao instalar o Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para coordenar as ações de resposta à doença no país, a vigilância segue constante e forte.

Em sintonia com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), o Ministério da Saúde já começou a atualizar as recomendações e o plano de contingência para enfrentar a doença, além de anunciar recentemente uma negociação com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) promovendo a aquisição emergencial de 25 mil doses de vacina contra a Mpox.

Nísia Trindade, Ministra da Saúde, enfatizou a importância da vigilância e do monitoramento rigoroso da doença. “Estamos numa fase em que o que é importante é a vigilância e o monitoramento” além de destacar que embora a vacina gere grande expectativa, a sua aplicação é atualmente muito seletiva, com foco em públicos-alvo específicos.

Ethel Maciel, Secretária de Vigilância em Saúde Durante, tranquilizou a população durante a instalação do COE, reforçando que o Brasil encontra-se no Nível 1 na classificação mundial de mobilização e risco, o que posiciona o país em cenário de normalidade, sem registros da nova variante do vírus e com o último óbito pela doença ocorrido em abril de 2023.

Os níveis de alerta estabelecidos pelo Ministério da Saúde refletem diferentes graus de mobilização e gravidade:

  • Nível 2: Cenário de mobilização, com detecção de casos importados no Brasil.
  • Nível 3: Cenário de alerta, com detecção de casos autóctones esporádicos.
  • Nível 4: Situação de emergência, com transmissão sustentada no território nacional.
  • Nível 5: Situação de crise, com uma epidemia de Mpox estabelecida no país.

Apesar do cenário estar positivo atualmente e a situação estar sob controle, a vigilância contínua e a preparação são fundamentais para mantermos esse cenário. A Médico 24hs está aqui para garantir que você tenha acesso a informações confiáveis e suporte médico, ajudando a manter você e sua família seguros em meio a qualquer eventualidade.

Agora vamos entrar mais a fundo sobre a doença, o que é, sintomas, como é transmitida, dicas de prevenção e tratamento.

O que é a Mpox?

A Mpox, conhecida popularmente como varíola dos macacos, é uma doença viral que voltou a ganhar destaque nos últimos anos. Originalmente descoberta em macacos na década de 1950, a doença só começou a afetar humanos de forma significativa em 1970. É uma zoonose, ou seja, uma doença que pode ser transmitida de animais para humanos, mas a transmissão entre pessoas também é possível.

A palavra “varíola” pode trazer à memória o vírus devastador que foi erradicado em 1980, mas é importante diferenciar as duas doenças. Embora ambas sejam causadas por vírus da mesma família, a Mpox é menos contagiosa e tem uma taxa de mortalidade significativamente menor.

Como é transmitida?

A Mpox pode ser transmitida de várias maneiras, tanto através do contato direto com os fluidos corporais de uma pessoa ou animal infectado quanto pelo contato com objetos contaminados, como roupas e lençóis. Além disso, a transmissão pode ocorrer por meio de gotículas respiratórias, principalmente em ambientes fechados onde o contato próximo é inevitável.

O ciclo de transmissão geralmente começa com o contato com um animal infectado, seja por meio de uma mordida ou por manipulação de carne crua. Em seguida, o vírus pode se espalhar para outras pessoas, especialmente em comunidades onde o contato próximo é comum.

Quanto tempo leva para se manifestar?

O período de incubação da Mpox pode variar, geralmente de 6 a 13 dias, mas pode se estender até 21 dias. Isso significa que uma pessoa infectada pode não apresentar sintomas imediatamente, o que dificulta o rastreamento e controle da doença. Durante esse período, o vírus está se multiplicando dentro do corpo, preparando-se para atacar.

Esse longo período de incubação torna a prevenção e o isolamento precoce ainda mais críticos. Como os sintomas não aparecem de imediato, uma pessoa pode estar infectada e, sem saber, espalhar o vírus para outras pessoas.

Quais sintomas apresenta antes e depois de se manifestar?

Os primeiros sinais de Mpox podem ser facilmente confundidos com os de outras doenças virais, como febre, dor de cabeça intensa, dores musculares e cansaço extremo. Em alguns casos, há também inchaço nos linfonodos, que pode ser um indicador de que o corpo está lutando contra uma infecção.

Após esses sintomas iniciais, que podem durar de 1 a 3 dias, começam a surgir erupções cutâneas. Essas erupções geralmente começam no rosto e se espalham para outras partes do corpo, incluindo as palmas das mãos e solas dos pés. Com o tempo, as erupções evoluem para pústulas, que são lesões cheias de pus, e eventualmente formam crostas que caem.

Este processo de erupção cutânea e formação de crostas pode durar de 2 a 4 semanas, durante as quais o paciente permanece contagioso. É fundamental buscar atendimento médico assim que os primeiros sintomas surgirem, especialmente em caso de contato recente com alguém infectado ou em áreas onde surtos da doença foram relatados.

Mpox é fatal?

A taxa de mortalidade da Mpox varia entre 1% e 10%, dependendo da cepa do vírus e do acesso ao atendimento médico adequado. Embora a maioria dos casos seja leve e autolimitante, é uma doença que não deve ser subestimada, especialmente em populações vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com sistema imunológico comprometido.

Em casos graves, a Mpox pode levar a complicações como pneumonia, encefalite (inflamação do cérebro) e infecções secundárias que podem ser fatais se não tratadas rapidamente. No entanto, com cuidados médicos apropriados, a maioria dos pacientes se recupera completamente.

Prevenção e tratamento

Existem vacinas mas como veremos no próximo tópico abaixo, não são garantia 100% de proteção contra a doença.  A prevenção é a melhor defesa contra a Mpox. Medidas simples, como evitar o contato próximo com pessoas infectadas, praticar a higiene das mãos regularmente e evitar o consumo de carne de animais silvestres, podem reduzir significativamente o risco de infecção.

Em termos de tratamento, não há uma cura específica para a Mpox, mas os sintomas podem ser gerenciados com cuidados médicos de suporte. Em alguns casos, antivirais que foram desenvolvidos para tratar a varíola humana podem ser eficazes, especialmente em pacientes com maior risco de complicações.

Entenda sobre as vacinas, quais são e como funcionam

Em 2022, a vacina MVA-BN foi aprovada por entidades como Estados Unidos, Canadá e a União Européia durante a primeira emergência de saúde global relacionada à Mpox. Embora existam vacinas que oferecem proteção contra infecções por Mpox, nenhuma delas foi desenvolvida especificamente para combater o vírus causador da doença.

A varíola do Macaco é causada por um vírus do gênero Orthopoxvirus, o qual inclui também os vírus da varíola e varíola bovina, o que acelerou o desenvolvimento da vacina, que se baseia no fenômeno conhecido como reatividade cruzada, onde o sistema imunológico confunde antígenos semelhantes e produz anticorpos que podem proteger contra diferentes vírus do mesmo gênero.

Apesar da vacina contra a varíola oferecer uma proteção parcial contra o Mpox de aproximadamente 85%, não há garantias de imunidade completa. Isso é especialmente preocupante para pessoas nascidas após o fim das campanhas de vacinação em massa contra a varíola, em 1980, que possuem níveis mais baixos de anticorpos contra o Mpox.

Atualmente, existem duas vacinas disponíveis para combater o Mpox: Jynneos e ACAM 2000. A Jynneos, fabricada pela Bavarian Nordic, é composta por um vírus atenuado e é indicada para adultos, incluindo gestantes e pessoas com HIV. Já a ACAM 2000, produzida pela Emergent BioSolutions, utiliza um vírus ativo e possui mais contraindicações e efeitos colaterais, sendo menos segura. O Brasil recebeu cerca de 47 mil doses da Jynneos desde 2023, após a aprovação provisória pela Anvisa, e já aplicou 29 mil doses.

À luz das recentes ações do Ministério da Saúde e mantendo uma vigilância constante sobre a transmissão e os cuidados relacionados à doença, juntos, podemos manter este cenário e, quem sabe, melhorá-lo.

A Mpox pode ser menos letal que outras doenças, mas ainda requer atenção e responsabilidade. Fique informado, siga as recomendações de saúde e, em caso de qualquer sintoma, procure orientação médica imediatamente. A Médico 24hs permanece à disposição para oferecer o suporte necessário nesta jornada.

Dr. Matheus Hassen

Autor Dr. Matheus Hassen

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