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Saúde

Mitos e verdades sobre a varíola dos macacos

Por 19/08/2022novembro 8th, 2022Sem comentários

A varíola dos macacos tem tomado conta dos noticiários e muitas pessoas têm se sentido amedrontadas.

Ainda estamos em pandemia e um novo vírus que exige isolamento voltou a rondar. Junto a isso, a falta de informações sobre o assunto fez com que algumas inverdades se espalhassem entre a população. Por isso, hoje nós vamos esclarecer alguns dos mitos e verdades sobre a varíola dos macacos.

Mas, antes de começarmos, vamos entender melhor sobre o que é essa doença.

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O que é a varíola dos macacos?

Essa varíola é considerada uma zoonose viral, pois é transmitida aos seres humanos, dos animais. Entretanto, ao contrário do que muitos imaginam ou do que o nome sugere, ela não vem dos macacos.

O vírus Monkeypox vem da família do Orthopoxvirus que costuma estar presente em roedores. Inclusive, os primeiros casos da doença foram identificados em um grupo de macacos em 1958. Apenas em 1970 surgiu o primeiro caso em um ser humano.

Normalmente, os primeiros sintomas se manifestam entre 5 e 21 dias após o contato com o vírus e dura entre 14 e 21 dias. Pronto, agora que você já entende o que é a doença, vamos aos mitos e verdades sobre:

6 mitos sobre a doença:

1. A doença atinge apenas gays e homossexuais (Mito)

O vírus da varíola do macaco pode afetar qualquer pessoa, independente do sexo ou das práticas sexuais. O que ocorreu foi que a OMS afirmou que a maioria dos casos foi identificada em homens que fazem sexo com homens.

Entretanto, é importante ressaltar que não é algo estrito a esse grupo.

Os pesquisadores acreditam que esse grupo está sendo mais afetado, pois envolve uma rede social que se conecta através da prática sexual. De acordo com relatos dos primeiros casos, havia parceiros casuais ou múltiplos.

2. A varíola dos macacos é transmitida da mesma forma que a Covid-19 (Mito)

Na verdade, a principal forma de transmissão da varíola dos macacos é através do contato físico com lesões e secreções de pessoas contaminadas ou até mesmo com peças de roupa, cama ou banho.

Ao contrário da covid que é facilmente transmitida através do ar, na varíola dos macacos, para que a doença seja transmitida dessa forma é preciso um contato prolongado com a pessoa contaminada.

3. A doença tem alto risco de morte (Mito)

A doença pode até desenvolver quadros graves que inclusive, podem deixar marcas cicatrizes permanentes no corpo. Entretanto, sua taxa de mortalidade é baixa, normalmente os sintomas desaparecem por conta própria após o término de incubação do vírus.

A taxa de letalidade é abaixo de 1%, no entanto, por conta da falta acesso ao diagnóstico e tratamento em alguns países, essa taxa pode chegar a 10%. Mas, felizmente, esse não é o caso do Brasil nem de boa parte do mundo.

De acordo com a Our World In Data, dos 27 mil casos registrados no mundo desde maio até agosto houve apenas 9 mortes. O que comprova que, de fato, o vírus tem uma baixa letalidade.

4. A varíola do macaco é transmitida por mosquitos (Mito)

Como já mencionamos, a doença não é transmitida pelos macacos e muito menos por mosquitos. Acredita-se que o principal transmissor sejam os ratos. O nome faz referência aos macacos porque o vírus foi identificado pela primeira vez na espécie. No entanto, eles não são os transmissores.

Inclusive, a OMS anunciou que vai abrir uma consulta para mudar o nome do vírus, pois estão ocorrendo muitos casos de maus-tratos a macacos. Uma parte da população acreditou que eles eram os transmissores e com isso, atacaram os animais com o intuito de conter a doença, o que é um erro grave.

5. O vírus fica incubado de 5 a 21 dias (Mito)

Os casos mais comuns têm período de incubação que varia entre 5 e 21 dias. Entretanto, não é sempre assim. Há casos em que esse período de incubação pode ser prolongado e chega até 30 dias. Por isso, é tão difícil rastrear a doença, já que os primeiros sintomas podem demorar muito para aparecer.

6. Todo mundo será vacinado contra a varíola dos macacos (Mito)

Apesar de já existir uma vacina contra a varíola dos macacos, por enquanto, ela não será indicada para toda a população. Serão vacinadas apenas pessoas que fazem parte do grupo de maior vulnerabilidade a doença, como: profissionais de saúde, equipes laboratoriais, especialistas que realizam o diagnóstico e pessoas que tiveram contato com casos confirmados e que possuem múltiplos parceiros sexuais.

A própria OMS divulgou um documento em que informa que a vacinação em massa não é recomendada ou necessária nesse momento.

5 verdades disseminadas sobre a doença:

1. Não é transmitida pelo ar, mas mesmo assim é preciso isolamento (Verdade)

Mesmo que o contato pelo ar não seja o mais comum, é importante realizar o isolamento. Afinal, como explicamos acima, essa não é a principal forma de contágio. Entretanto, com a exposição prolongada com uma pessoa contaminada, é possível contrair o vírus dessa forma.

Além disso, o isolamento irá ajudar a conter a transmissão da doença pelas formas mais tradicionais que envolvem mais o contato físico. O período indicado para o isolamento é de 21 dias ou até as feridas estarem totalmente cicatrizadas, sem nenhuma casquinha.

2. Grávidas podem passar a doença para o feto (Verdade)

A mãe pode passar o vírus para o bebê através da placenta ou logo após o nascimento devido ao contato próximo. E isso oferece um grande risco à vida do bebê, pois pode ocorrer: aborto espontâneo, morte prematura nos casos em que a criança nasce com lesões.

Por isso, as grávidas fazem parte do grupo de pessoas vulneráveis à varíola dos macacos. Ou seja, nesses casos o cuidado é redobrado!

3. O vírus se espalhou simultaneamente por vários países (Verdade)

Verdade. O fato de vivermos em um mundo totalmente globalizado facilita muito a transmissão de doenças virais, por isso casos como este acontecem.

A maioria dos casos confirmados tem no histórico recente viagens para países da Europa e da América Central.

Leia também: Como a telemedicina contribui para programas de prevenção primária

4. A doença tem apresentado sintomas diferentes dos comuns (Verdade)

Os sintomas mais comuns que foram classificados da varíola dos macacos são:

  • Febre;
  • Linfonodos;
  • Erupções na pele.

No entanto, alguns casos clínicos relatados atualmente não seguem esse padrão de sintomas. O que se tem relatado em alguns casos são:

  • Apenas uma lesão na pele ou algumas;
  • Lesões aparecem como o primeiro sintoma, antes mesmo da febre;
  • Casos em que lesões não aparecem, mas ocorrem sangramento e dor anal;
  • Lesões apenas na região da genitália ou do ânus;
  • Lesões em diferentes estágios.

Tudo isso está sendo analisado e acompanhado de perto por especialistas.

5. O número de casos pode ser maior que o registrado (Verdade)

Até mesmo pelo desconhecimento da doença, já que ela não era comum em boa parte dos países em que está presente, tem dificultado o registro fidedigno da doença. Como ela não era conhecida em alguns países, isso atrapalhou seu reconhecimento.

Por isso, a OMS acredita que o número atual que se tem pode não ser o que está sendo divulgado. Entretanto, todos os países e a própria OMS tem pesquisado e buscado entender a dinâmica da doença para conseguir identificá-la de forma eficaz, o quanto antes. Afinal, isso também é de extrema importância para ajudar na contenção do avanço da doença.

Quanto mais cedo for possível identificá-la, mais rápido será possível colocar esse indivíduo em isolamento e garantir que outras pessoas não sejam contaminadas.

As pessoas que fazem parte do grupo de risco, como: gestantes, crianças e imunossuprimidos devem ter cuidado redobrado.

Resumo

Como você pôde ver, há muitos mitos e fake news que estão sendo disseminadas por algumas pessoas. É preciso estar atento para não ser enganado por informações falsas. A doença da varíola dos macacos pode atingir qualquer pessoa, independente do sexo ou orientação sexual. Ela não é transmitida pelos macacos e muito menos por mosquitos.

A doença é transmitida principalmente através do contato físico ou com peças de roupa de cama e de banho. O contágio pelo ar é mais raro, mas pode ocorrer nos casos de convívio prolongado com alguém infectado. Por isso, é tão importante realizar o isolamento de forma adequada (durante 21 dias ou até a cicatrização de todas as lesões).

O vírus é ainda mais perigoso para mulheres grávidas, pois pode ser transmitido para o bebê e isso o coloca em risco de morte. Apesar disso, de forma geral, a doença tem um baixo índice de letalidade. Normalmente, os sintomas aparecem e após o período de incubação desaparecem por conta própria.

Apesar de já existir uma vacina contra a doença, ela não será utilizada em massa por toda a população, apenas nos grupos mais vulneráveis identificados.

O vírus tem apresentado sintomas diferentes dos que eram previamente conhecidos e isso tem dificultado um pouco o rastreamento dos casos. Entretanto, a doença tem sido exaustivamente estudada e analisada, para ser contida da melhor forma possível e o quanto antes!

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