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COVID-19Saúde

Confira quais são as principais sequelas geradas pela Ômicron

Por 28/02/2022novembro 8th, 2022Sem comentários

A chamada Covid-longa acontece quando os sintomas duram por pelo menos quatro semanas após a infecção, chegando até a 3 meses.

Com a explosão de casos gerados pela variante Ômicron no Brasil e no Mundo, os especialistas agora começam a enfrentar um novo cenário da doença: o aumento de pacientes com a Covid-longa que passou a surgir a partir dessa nova variante.

O termo Covid-longa é utilizado para se referir a sintomas do coronavírus que permanecem mesmo após um longo período da infecção. A OMS (Organização Mundial de Saúde) chama este fenômeno de ‘síndrome pós-covid’.

Alguns médicos só cogitam um diagnóstico desses se já se passaram 12 semanas da infecção e, mesmo assim, a queixa não foi embora. Outros – a maioria – entendem que nem é preciso esperar tanto, que quatro semanas são suficientes.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Infectologia, até o momento, ainda é um mistério prever quem vai desenvolver o problema. Além disso, é difícil precisar que tipo de sintomas podem surgir. Uma revisão de 18 mil estudos publicada na revista científica Nature concluiu que a Covid-19 pode levar a 55 sequelas com duração de quase quatro meses.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que de 10% a 20% dos infectados pelo coronavírus experimentem sintomas meses depois de estarem considerados curados da infecção. Só no Brasil, que acumula cerca de 22 milhões de casos considerados curados da Covid-19, isso significaria de 2,2 milhões a 4,4 milhões de pessoas que continuaram sofrendo com fadiga crônica, perda de memória, dores de cabeça, falta de ar e de olfato, por exemplo, semanas após a infecção inicial.

Segundo especialistas, essa variante parece causar mais mialgia do que as versões anteriores do vírus. Uma explicação pode ser os processos inflamatórios que ela causa em vários tecidos. A mialgia, de acordo com a Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins, descreve uma série de dores musculares, com sintomas que incluem cãibras musculares e dores nas articulações.

Também se fala sobre o fato de que a Ômicron ataca o sistema musculoesquelético muito mais que do que faziam as outras variantes. Um grande estudo da University College London (UCL) identificou 200 sintomas que afetam 10 sistemas de órgãos. Entre eles, estão alucinações, insônia, alterações na audição e visão, perda de memória de curto prazo e dificuldades de fala e linguagem. Outros pacientes relataram problemas gastrointestinais e de bexiga, alterações no ciclo menstrual e nas condições da pele.

A gravidade dos sintomas varia, mas muitos ficaram impossibilitados de realizar tarefas como tomar banho ou lembrar de palavras. Estes sintomas também podem ter, no entanto, outras causas.

A pesquisa da ONS, publicada em setembro de 2021, descobriu que 0,5% das pessoas que testaram negativo para coronavírus apresentaram pelo menos um sintoma que durou três meses, em comparação com 3% dos que testaram positivo.

Leia também: Conheça os principais sintomas da Ômicron e da nova gripe H3N2

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Sintomas da Ômicron a longo prazo

Existem vários outros sintomas da Covid-19 que se arrastam após a infecção e que podem durar meses. Veja abaixo alguns deles:

  • Fraqueza muscular e articulações rígidas
  • Fadiga extrema e sensação de baixa energia
  • Mobilidade reduzida
  • Falta de ar
  • Perda de apetite e perda de peso
  • Falta de olfato ou paladar
  • Problemas de estômago, e isso inclui azia, diarreia e vômito
  • Tosse seca

Algumas pessoas experimentam efeitos mentais e emocionais da Covid, como:

  • Problemas de sono
  • Nevoeiro mental, como ser esquecimento e falta de clareza nos pensamentos
  • Mudanças repentinas em seu humor
  • Depressão ou ansiedade
  • Confusão ou delírio

Pesquisas apontam sintomas mais comuns depois da Covid

No mundo: revisão internacional de estudos sobre sequelas da Covid levantou os sintomas mais comuns em quase 48 mil pacientes (Fonte: artigo More than 50 long-term effects of COVID-19: a systematic review and meta-analysis):

  • Fadiga: 58%
  • Dores de cabeça: 44%
  • Falta de atenção: 27%
  • Queda de cabelo: 25%
  • Falta de ar: 24%

Em Minas-Gerais: projeto Supera Minas, do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito), avaliou 3.250 pessoas que tiveram Covid há até seis meses.

  • -40% dos pacientes tiveram falta de ar nos 30 primeiros dias após a Covid.
  • -21% nos 90 primeiros dias.
  • -7% acima de 90 dias
  • 3% dos pacientes tiveram queda de cabelo
  • 6% tiveram falta de equilíbrio e força nos membros inferior
  • 11% tiveram tosse seca

Leia também: Meta para 2022: fazer check-ups de saúde regularmente

Quem é mais vulnerável?

Isso é ainda difícil de definir, porque os médicos só começaram a registrar recentemente a Covid-longa. A estimativa mais recente da ONS sugere que cerca de 1,3 milhão de pessoas no Reino Unido têm a doença. Destas, 892 mil (70%) contraíram o vírus pela primeira vez há pelo menos 12 semanas, e 506 mil (40%) há pelo menos um ano.

O levantamento solicitou a quase 352 mil pessoas que registrassem seus próprios sintomas. E isso sugere que a condição é mais comum entre:

  • Pessoas de 35 a 69 anos;
  • Mulheres;
  • Pessoas com condições subjacentes que limitam suas atividades diárias;
  • Profissionais que trabalham na área de saúde e assistência social;
  • Pessoas que vivem em áreas mais pobres.

E os efeitos nas crianças?

As crianças são menos propensas do que os adultos a pegar Covid e, portanto, são menos suscetíveis a desenvolver Covid-longa — mas algumas ainda desenvolvem.

No entanto, em agosto de 2021, os principais especialistas do setor disseram que haviam sido tranquilizados sobre a incidência de Covid-longa em jovens depois que o maior estudo do mundo sobre o tema mostrou que os sintomas persistentes eram menos comuns do que se temia.

Algumas estimativas iniciais haviam sugerido que até metade de todas as crianças que pegaram coronavírus desenvolveriam Covid-longa.

Uma equipe de pesquisadores, liderada pelo Great Ormond Street Institute of Child Health, investigou mais de 200 mil casos positivos de covid entre jovens de 11 a 17 anos de setembro de 2020 a março de 2021.

Eles acreditam que cerca de 4 mil a 32 mil deles ainda apresentavam sintomas 15 semanas depois. Não sabemos a gravidade dos sintomas, mas havia poucas evidências de que as crianças haviam ficado de cama ou impossibilitadas de ir à escola. Os pesquisadores destacaram, no entanto, que o risco para os jovens “não é trivial” — e disseram que é vital que as crianças recebam a assistência médica necessária.

Leia também: Mortes por doenças cardiovasculares aumentaram em média 50% durante a pandemia

Confira depoimentos de pacientes com sintomas pós-Covid:

“Após o Covid, eu fiquei com algumas sequelas, uma delas é esquecimento. Então muitas vezes eu quero falar uma palavra, às vezes simples, e não me vem à cabeça o nome do objeto. Fico muito incomodada com isso. Não é só nome de pessoas não, são objetos simples. Outro dia eu queria falar “garrafa de água” e a palavra não vinha na minha mente. É uma situação que eu não tinha antes, é desagradável e me deixa constrangida durante uma conversa com alguém.” – Eronides Vicentin, 60 anos.

“Eu tive Covid no final de janeiro de 2022, com alguns sintomas leves, porém o mais severo foi a perda do olfato, que se perdurou por 10 dias. Na minha rotina, percebi que o que mudou bastante no pós-covid, é que qualquer indisposição ou mal-estar foi potencializado. Me sinto mais cansado, estou transpirando mais, e demorei bastante para me recuperar de uma intoxicação alimentar.” – Márcio Rogério dos Santos, 43 anos

“Minha enxaqueca aumentou consideravelmente, é um sintoma que eu controlo desde a adolescência com um remédio de uso contínuo. É como se o remédio perdesse o efeito, e as crises voltaram durante o ano todo e só se estabilizaram após 10 meses da Covid. Tive também entre 6 ou 7 infecções de urina e queda de cabelo. Algo que realmente me incomodou foi que comecei a ter muita tontura, o que não sentia antes. Fiquei quase um mês com essa queixa.” – Giovanna Callegas, 40 anos

“No começo de dezembro minha mãe ela teve Covid, e a queixa principal foi de fadiga e fibromialgia, com dores musculares generalizadas, principalmente nas articulações. A fadiga ainda persistiu após os 10 dias de repouso recomendado pelo médico, depois de um certo tempo, melhorou, mas até hoje, ainda persiste a fibromialgia, com dores no joelho, cotovelo e quadril. Ela não tinha esses sintomas antes. A gente espera que as dores dessa fibromialgia logo possam ir embora.” Laís Pimenta, sobre sua mãe Liane, de 56 anos.

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