A má compreensão da obesidade é um dos principais fatores que contribuem para o aumento significativo dos números entre a população brasileira.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a proporção de obesos na população com 20 anos ou mais, mais que dobrou no período de 2003 a 2019, subindo para 26,8%, o que antes atingia 12%, sendo a maioria mulheres. O público feminino saltou de 14,5% para 30,2%, Entre os homens, o número atingiu 22,8%.
O número mais alarmante está na faixa etária de 25 a 39 anos, onde pessoas acima do peso somam mais de 50%. Nessa faixa, os homens são a maioria.
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Como já conhecido, a má alimentação é o fator mais comum para a obesidade, sendo ela praticada de forma inadequada ou excessiva, seguido pelo sedentarismo. Quando se ingere mais calorias do que é possível de se queimar num dia, o corpo a armazena em forma de gordura, dando origem ao sobrepeso. Vale ressaltar que a necessidade energética varia de pessoa para pessoa e seus hábitos de vida.
Não só a má alimentação pode desencadear a obesidade. Fatores genéticos, biológicos, emocionais e até culturais podem contribuir para o sobrepeso. Identificar o problema e tratá-lo de forma correta com acompanhamento profissional é um dos métodos mais eficazes na busca por uma vida saudável.
A seguir, listamos os principais fatores que dão origem à obesidade. São eles:
Excesso de açúcar, gordura e carboidratos e alimentação processada
Como já mencionado anteriormente, a má alimentação é o fator mais comum para a obesidade. A ingestão excessiva de alimentos prontos e ultraprocessados como fast-foods e embutidos (linguiças, hambúrgueres, etc.), por exemplo, são armazenados pelo organismo em forma de gordura.
Investir em uma alimentação balanceada, rica em nutrientes e fibras, como frutas, legumes, verduras e proteínas de qualidade, sob acompanhamento de um nutricionista é garantia de sucesso. Vale ressaltar que ingerir boas quantidades de água também ajuda na eliminação de gordura.
Pouca ou nenhuma atividade física
A ingestão constante de alimentos altamente calóricos aliado à vida sedentária formam o caminho para a obesidade.
Quando falamos em atividade física, muita gente imagina grandes sacrifícios em academias, o que não é verdade. Trocar o elevador pela escada, ou praticar caminhadas curtas durante a semana, já é considerado atividade física. Com ela, o organismo aumenta a atividade metabólica, otimizando o gasto de energia e, consequentemente, a queima de energia, muitas vezes armazenada em forma de gordura.
Genética
Mas nem todo sobrepeso é causado por alimentos ou sedentarismo. O fator genético contribui para a predisposição à obesidade. Quando pai e mãe são obesos, a chances dos filhos também atingirem a obesidade chegam a 80%. Quando apenas um dos pais é obeso, este número cai para 40%. Ou quando nenhum dos dois são obesos, as chances são de apenas 40%.
No entanto, a solução é a mesma dos casos anteriores: a prática de atividades físicas e alimentação saudável diminuem drasticamente a predisposição genética. Um endocrinologista também pode, nestes casos, receitar remédios para emagrecer, e apenas em último caso, recomenda-se a cirurgia bariátrica.
Ambiente influenciador
A infância é um período fundamental para adquirir hábitos saudáveis. E o ambiente onde crescemos nos influencia. É na infância que podemos desenvolver a predisposição à obesidade. Quando os pais não oferecem alimentos saudáveis aos seus filhos e não dão o exemplo, comprometem as fases seguintes da criança.
Uma criança orientada a hábitos saudáveis desde seus primeiros passos é a chave para uma vida sem maiores problemas. Por isso é importante oferecer um crescimento saudável e ensinar aos filhos a importância de uma alimentação balanceada e a prática de atividade física.
Sono irregular
A qualidade do sono está profundamente ligada à saúde. Noites de sono irregulares podem desencadear doenças cardiovasculares, depressão e aumento de peso. Isso acontece, pois a falta de sono aumenta a produção de cortisol, hormônio do estresse, diretamente ligado ao ganho de peso. Há também o aumento da grelina, hormônio responsável pelo aumento do apetite.
Dormir cedo, e com ciclos regulares de 8 horas evitam a produção em excesso desses hormônios e ajudam também a emagrecer. Procure dormir e acordar todos os dias no mesmo horário, pois dormir em excesso também gera problemas à saúde.
Alterações hormonais
Nosso organismo é regido por hormônios e quando os mesmos não funcionam corretamente, podem ocorrer situações adversas, como o ganho de peso.
Doenças como hipertireoidismo, hipotireoidismo, síndrome dos ovários policísticos e deficiência nos hormônios do crescimento podem contribuir para a obesidade. Remédios e tratamentos para esses tipos de problemas, também podem resultar no ganho de peso.
É fundamental que a doença esteja sob controle para que outras adversidades não acometam o paciente. Por isso o acompanhamento médico é imprescindível.
Problemas emocionais
Depressão ou situações inesperadas que trazem apreensão ou tristeza ao paciente podem contribuir para o ganho de peso, fazendo com que este interprete os alimentos como forma de recompensa, gerando prazer ao alimentar-se excessivamente.
Quando o indivíduo encontra-se nessa situação, a atividade física torna-se impossível, o que contribui ainda mais para a obesidade.
Contar com a ajuda de amigos e familiares e até terapeutas pode ajudar a superar mais rapidamente. Exercícios físicos quando praticados também liberam endorfina, hormônio responsável pelo prazer e bem estar. A prática recorrente e alimentação balanceada combate não só o excesso de peso como também recupera a saúde mental.
Remédios
O uso de medicamentos em longo prazo, como corticoides e hormonais, trazem o ganho de peso como consequência a partir do inchaço promovido. Além disso, muitos medicamentos podem abrir o apetite do paciente, o levando a ingerir mais calorias do que precisa. Podemos listar alguns: Diazepam, Alprazolam, Clorpromazina e até insulina.
Isso não significa que é preciso interromper o tratamento. Um bom médico pode auxiliá-lo a unir os medicamentos a uma vida saudável, sem maiores problemas.
Parar de fumar
Parar de fumar é um passo notável em busca de uma melhor qualidade de vida. No entanto vale ressaltar que deixar de fumar pode acarretar no aumento do apetite, tendo em vista que o corpo procura sanar a falta da nicotina com outros “vícios”, e comer em excesso pode ser um deles. O paladar e olfato antes prejudicado pela nicotina, volta a ser como deveria e comer torna-se ainda mais prazeroso.
A ansiedade causada pela abstinência, principalmente nos primeiros dias, pode fazer com que o ex-fumante se torne propenso à obesidade. Entretanto, seguir firme com a decisão de parar de fumar é imprescindível, haja vista que tal ansiedade tende a diminuir com o passar dos dias. O acompanhamento médico também pode auxiliar.
Gravidez
Você sabia que há uma margem segura apontando quanto se pode engordar durante a gestação sem riscos para a mãe e o bebê? Mamães com peso adequado, ou seja, com IMC (Índice de Massa Corporal) entre 18,5 e 24,9, podem ganhar até 1,6 kg nos primeiros três meses de gestação e 0,4 kg por semana nos meses seguintes.
Gestantes com sobrepeso podem ganhar até 0,9 kg no primeiro trimestre, enquanto gestantes obesas dispensam a necessidade do ganho de peso.
O ganho de peso adequado durante a gestação diminui os riscos de desenvolver problemas como diabetes e pressão alta, garantindo uma gravidez segura para a mãe e para o bebê.
É mito que uma gestante precisa “comer por dois”, comumente ouvido entre amigos e familiares. Pequenas refeições várias vezes ao dia já é suficiente para preencher as necessidades calóricas da mãe.
Além disso, uma dieta equilibrada com consumo de milho, aveia, arroz, feijão, verduras, legumes, frutas, sucos e muita água completam as boas práticas.
A prisão de ventre tão comum entre gestantes pode ser combatida com a ingestão de fibras e muita água que pode ser em forma de sucos, frutas e água de coco, por exemplo.
Dietas restritivas
Dietas muito restritivas acabam trazendo o resultado contrário aos que precisam emagrecer. O cérebro humano aprendeu a armazenar gordura como forma de sobrevivência. Hoje com a vasta oferta de alimentos, nosso sistema nervoso interpreta a dieta como algo perigoso: o apetite aumenta e o metabolismo cai.
Além disso, dietas restritivas não mudam o hábito alimentar. Pelo contrário, a imposição de novos hábitos em determinado período faz com que a pessoa, ao fim dele, volte a se alimentar como antes ou até mais, tendo em vista “a falta” que determinados alimentos fizeram.
Vale destacar que dieta é diferente de reeducação alimentar. O segredo consiste em respeitar o corpo e fazer as pazes com os alimentos. Dieta restritiva agride o organismo e desequilibra o metabolismo, dando abertura a problemas de saúde, inclusive o ganho de peso. Procurar ajuda médica é imprescindível nesses casos.
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