O anticoncepcional subcutâneo, também conhecido como implante contraceptivo, é um método de contracepção com alto índice de eficácia
A inserção do método acontece embaixo da pele, como o próprio nome já sugere. Geralmente sua aplicação é feita no braço e a aplicação tem alta durabilidade, podendo durar entre 6 meses e até 3 anos.
Quer saber mais sobre o assunto? Continue a leitura e descubra o que é o anticoncepcional subcutâneo, seus benefícios, malefícios e preços.
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Anticoncepcional subcutâneo: o que é?
O anticoncepcional subcutâneo tem o funcionamento bem similar aos demais métodos contraceptivos hormonais, como por exemplo, a conhecida pílula anticoncepcional. A diferença está nos hormônios utilizados, concentrações, forma de uso e também na duração.
Enquanto a pílula precisa ser tomada todos os dias, no mesmo horário e depende dessa frequência para sua eficácia, o implante contraceptivo não depende desse esforço diário, o que torna o seu uso mais efetivo.
Como o anticoncepcional subcutâneo precisa ser aplicado apenas em meses ou até mesmo anos. A prevenção da gravidez acontece de forma mais segura, sem o risco de esquecimentos. É por isso que esse é um dos métodos anticoncepcionais com maiores índices de eficácia. O anticoncepcional subcutâneo apresenta 99% de eficácia.
Como funciona?
O implante subcutâneo é feito com um tipo de plástico especial, atóxico e seguro para ser utilizado na região. Apresenta aproximadamente 4 cm de comprimento e 2 mm de espessura.
Como é um método hormonal, ele funciona a partir de hormônios similares aos produzidos pelos ovários. Geralmente o implante contraceptivo é composto por etonogestrel, um hormônio similar à progesterona. Quando inserido na pele, geralmente no antebraço, o implante libera pequenas doses contínuas de hormônio, que chegam à corrente sanguínea e realizam a contracepção de forma ininterrupta.
A função do etonogestrel é bloquear a ação hormonal dos ovários, o que impede a liberação de novos óvulos. Outro efeito do método contraceptivo é sua atuação no muco cervical, que se torna mais espesso, o que reduz a capacidade dos espermatozoides. Desta forma, o método impede a ovulação e também a chegada dos espermatozoides ao óvulo, sendo duplamente eficaz contra a gravidez indesejada.
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Como é realizada a inserção?
Apesar de ser um implante subcutâneo, ou seja, que é inserido na camada interna da pele, é um procedimento simples, pouco invasivo e que pode ser feito por médicos em clínicas, sem a necessidade de internação.
Na maioria dos casos é colocado nos sete primeiros dias do ciclo menstrual, para garantir que não há gestação. Mesmo que o procedimento não seja realizado neste momento, é preciso que a mulher tenha certeza que não está grávida.
O procedimento é bem simples e feito em poucos minutos. Para a aplicação o médico faz o uso de anestesia local. Quando a mulher começa a sentir os efeitos da anestesia, é realizada a aplicação, com o auxílio de um aplicador próprio, uma espécie de caneta aplicadora. Desta forma, o procedimento é feito sem cortes, apenas uma pequena abertura é realizada pelo aplicador.
Após a colocação, é aplicado um curativo adesivo na região e é recomendável não retirar o curativo ou molhar o local por pelo menos 8 horas. No mesmo dia a mulher já está liberada para seguir a sua rotina, tomando cuidado apenas com esforços feitos pelo braço onde foi aplicado o implante. Caso a paciente sinta qualquer desconforto na região nos próximos dias, ela deve contatar o médico para uma consulta.
O anticoncepcional subcutâneo é um método de longa duração, pode ter efeito entre 6 meses até 3 anos, dependendo do tipo utilizado. Após esse período é preciso retirar o dispositivo e realizar uma nova inserção, caso a mulher siga utilizando este método.
Quais os benefícios do anticoncepcional subcutâneo?
A escolha do método contraceptivo deve ser avaliada de acordo com a rotina da mulher, seu histórico de saúde e junto com seu médico de confiança. Assim, conhecer os benefícios do anticoncepcional subcutâneo pode te ajudar a considerar essa opção. Confira as vantagens:
- Longa duração: diferente da pílula anticoncepcional, que precisa ser tomada diariamente e em um horário fixo para fazer efeito, o implante possui uma longa duração. Com apenas uma aplicação a cada 6 meses ou 3 anos, a mulher está protegida contra a gravidez indesejada.
- Praticidade: por ser um método de longa duração, a mulher não corre o risco de se esquecer de tomar, como acontece com a pílula. Em caso de vômitos ou diarreia, o método continua eficaz, diferente do que pode acontecer com contraceptivos de uso oral.
- Direto para a corrente sanguínea: diferente da pílula, que passa pelo estômago e fígado, a liberação hormonal do implante é feita diretamente na corrente sanguínea. Desta forma, o uso é liberado para pacientes que passaram pela cirurgia bariátrica recentemente. Mulheres com problemas no fígado também podem considerar essa opção, desde que liberado o uso pelo seu médico.
- Alto índice de efetividade: por ser um método que não depende da rotina, como a pílula que precisa ser tomada todos os dias, ou o anel vaginal que precisa de manutenção. Como a colocação garante a contracepção por um determinado período, não há chance de falhas pelo uso irregular. A eficácia é de 99%, sendo um dos métodos contraceptivos mais seguros do mundo.
- Tratamento da endometriose e alívio dos sintomas da TPM: além de ser um método contraceptivo eficaz, o implante pode beneficiar alguns grupos de mulheres. Em casos de endometriose, o implante atua na redução do ciclo menstrual, o que reduz os sintomas da doença. Também atua como estabilizador hormonal, reduzindo as flutuações de humor causadas por quadros de TPM agudos, melhorando a qualidade de vida dessas mulheres.
Quais os riscos e malefícios?
Embora o anticoncepcional subcutâneo tenha diversos benefícios, como todo método contraceptivo hormonal, ele oferece alguns riscos para a saúde e não é recomendado para algumas mulheres.
Mulheres diagnosticadas com câncer de mama ou que possuem risco de desenvolver a doença devem evitar o uso de métodos contraceptivos hormonais. Pessoas com risco de trombose, que possuem lúpus e outras doenças autoimunes, além de doenças hematológicas devem passar por avaliação médica para decidirem se o método é o mais recomendado.
Nestes casos, o médico deve ser consultado para juntos avaliarem os riscos e benefícios do método hormonal, avaliando o que é melhor para cada caso. Assim, se busca estudar se os benefícios do uso superam os malefícios, por exemplo.
Quanto aos efeitos colaterais, há poucos. Os mais comuns incluem sangramento irregular, pois o ciclo passa a ser mais curto e especialmente nos primeiros meses pode ficar desregulado. Algumas mulheres deixam de menstruar completamente, um estado que é clinicamente conhecido como amenorreia.
Em alguns casos mais raros, é possível notar um aumento na oleosidade da pele e dos cabelos, além de quedas capilares. Existe também a possibilidade de apresentar aumento nos índices de colesterol, especialmente quando a paciente já possui este histórico de saúde. Outro possível malefício é o desenvolvimento de resistência à insulina.
Anticoncepcional subcutâneo pode engordar?
Assim como outros métodos hormonais, o implante subcutâneo pode sim ser um fator para o ganho de peso em mulheres que já possuem uma predisposição. Contudo, é um aumento de peso mínimo, cerca de um ou dois quilos e acontece apenas em pacientes predispostas a ganhar peso.
“Chip da beleza”
Entre os possíveis malefícios, é preciso destacar um risco em potencial, que é a utilização do método como “chip da beleza”. Isso porque o implante tem sido associado a este termo, por conta de modificações que produz no corpo.
Muitas pacientes, ao iniciarem o uso do método contraceptivo, relataram que passaram a ganhar massa muscular com mais facilidade. Um dos hormônios utilizados na composição do contraceptivo, a gestrinona, é responsável por este efeito em alguns casos. Contudo, esse uso não é recomendável, afinal, os hormônios também trazem riscos à saúde e não devem ser utilizados como “chip da beleza”.
A escolha de um método contraceptivo sempre deve ser feita de acordo com a rotina da paciente, sua saúde e quais efeitos deseja obter. No caso dos hormônios, a função é realizar a contracepção, tratar a endometriose ou reduzir a menstruação em casos de sangramento doloroso e extremamente incômodo para as mulheres.
Quanto custa colocar o implante contraceptivo?
O anticoncepcional subcutâneo não é oferecido pelo SUS atualmente, diferente de outros métodos contraceptivos como a pílula e o DIU de cobre. Apenas no município de São Paulo, de acordo com a Lei municipal 16.806/18.
Contudo, é ofertado apenas para mulheres em situação de vulnerabilidade, como menores de 17 anos com uma gravidez anterior, mulheres em situação de rua, mulheres que tiveram mais de três partos, entre outros casos.
As pacientes que não se enquadram nessas condições e desejam utilizar este método devem procurar a rede privada para realizar a inserção. Os valores do implante variam entre R$900 e R$7000, de acordo com o tipo, duração e também necessidade de mais de um implante, de acordo com o peso.
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