Em tempos de pandemia, é importante redobrar os cuidados com os idosos, que seguem tendo outras doenças que precisam de atenção e tratamento de preferência precoce.
Na atualidade, é um fato que a terceira idade não é mais como era antigamente, uma vez que hoje vive-se com mais qualidade, saúde e bem-estar. Enquanto a taxa de natalidade está caindo, a expectativa de vida só cresce. Portanto, é preciso que a sociedade esteja preparada para acolher da melhor forma quem tem mais de 60 anos.
Hoje, o número de pessoas acima dos 60 no país já é superior ao de crianças com até 9 anos de idade. De acordo com dados divulgados pelo IBGE, em 2019, data do último estudo, nosso país chegou a cerca de 32,9 milhões de idosos, sendo que a previsão é de que o número de pessoas com 65 anos ou mais aumente significativamente até 2060, chegando a 58,2 milhões – o equivalente a 25,5% da população.
Conforme divulgado pelo Estudo Longitudinal de Saúde dos Idosos Brasileiros, 7 em cada 10 idosos sofrem de ao menos uma doença crônica. A mais comum é a hipertensão, seguida por dores na coluna, artrite, depressão e diabetes. E não há segredo: os meios para se evitar problemas crônicos são os que já são amplamente divulgados: ter uma dieta balanceada, praticar exercícios regularmente e realizar check-ups de saúde anualmente.
Importante citar que, durante a pandemia do Coronavírus, houve um agravamento na saúde dos idosos devido ao isolamento social, com a brusca mudança na rotina dessas pessoas, que fazem parte do grupo de risco do Covid-19.
Pesquisadores da Universidade de Chicago descobriram que a solidão afeta a imunidade, sendo que o isolamento pode aumentar o risco de morte em 14% nas faixas etárias mais avançadas. A pesquisa demonstrou que o estresse acaba induzindo respostas inflamatórias que reduzem a produção dos leucócitos, responsáveis por defender o organismo de infecções.
Em outro estudo recente, um grupo da Universidade de York levantou que a solidão pode aumentar o risco de doenças cardíacas em 29% e o de acidentes vasculares em até 32%, o que indica a importância de se cuidar da saúde mental.
A pesquisa nacional Convid trouxe um apanhado de informações sobre as condições de saúde dos idosos ao longo da atual pandemia. Nela, foi demonstrado que a hipertensão é a doença crônica com a maior prevalência entre as pessoas idosas (43,8%), sendo que mais de 58% dos idosos têm pelo menos uma doença crônica de risco para Covid-19.
A piora do estado de saúde durante a pandemia foi relatada por 21,9% dos idosos. Sentimento frequente de solidão pelo distanciamento dos amigos e familiares na pandemia foi citado por metade dos idosos, sendo que este sentimento é mais frequente na população idosa feminina (57,8%) em relação à masculina (41%). Ansiedade ou nervosismo foi sentido por 1/3 da população idosa.
Diante desses números, é notória a importância que se tem em cuidar de nossos idosos de forma ágil e atenta. Neste artigo, vamos trazer para você as 12 principais doenças que acometem pessoas da terceira idade. Confira abaixo!
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As principais doenças que atingem os idosos
1. Doenças cardiovasculares
As doenças cardiovasculares são as enfermidades que representam maior taxa de mortalidade entre os idosos. O grupo abrange as doenças arteriais coronarianas, que comprometem principalmente a região do coração, como infarto e angina do peito. Um dos fatores é o envelhecimento do próprio corpo, ocasionando um endurecimento das artérias, que pode levar a aumento da pressão. Sedentarismo, obesidade e tabagismo são questões que favorecem o aparecimento ou agravamento do problema; e o acidente vascular encefálico (AVE), antigamente conhecido como AVC, ou ainda como derrame, um problema ocasionado pela falta súbita de sangue no cérebro. As consequências dependerão de qual área cerebral foi afetada, podendo ocasionar problemas na locomoção, fala e movimentos.
2. Diabetes mellitus
Com o envelhecimento e mudanças no organismo, como aumento de gordura e perda de massa muscular, o corpo passa a não responder e processar tão bem a insulina e isso favorece o aparecimento da diabetes tipo 2. Isso pode provocar um efeito cascata, com consequência para os rins, coração e visão.
Muito atrelada aos hábitos alimentares, a diabetes também pode ser hereditária. É uma espécie de hiperglicemia, ou seja, quando há uma concentração maior de glicose no sangue. Isso acontece porque a doença impede a produção suficiente ou a absorção saudável de insulina, o hormônio que regula os níveis glicêmicos no sangue.
É uma doença incurável, que apresenta diferentes tipos, dos mais leves aos mais graves. Os sinais mais comuns são fome e sede constante, perda de peso, fraqueza e fadiga, vontade de urinar várias vezes ao dia, bem como náusea, vômito e mudanças de humor.
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3. Catarata
É uma doença oftalmológica que afeta uma parte do olho e atua sobre uma lente chamada cristalino, que com o passar dos anos, vai ficando menos transparente, dando um aspecto opaco ao olho. Tratável, o acompanhamento permite identificá-la ainda em seu estágio inicial, facilitando o tratamento. Como a visão fica prejudicada, pode facilitar outro grande problema para idosos, o risco de quedas, que podem ocasionar fraturas.
4. Doença de Alzheimer
Outra doença que costuma aparecer na terceira idade é o Alzheimer. Trata-se de um tipo de demência, mas que provoca uma deterioração progressiva, global e irreversível de algumas funções cognitivas.
A memória é a mais afetada, porém, os sintomas também surgem na dificuldade de lidar com a concentração, na falta de atenção, na dificuldade de articular o pensamento e usar a linguagem.
É comum que o problema surja após os 65 anos, em média, e um diagnóstico precoce consegue retardar o avanço da doença. Como a fase inicial é muito sutil, requer uma atenção redobrada de familiares e de amigos, principalmente em relação ao esquecimento de acontecimentos mais recentes.
5. Hipertensão arterial
Popularmente conhecida como pressão alta, segundo dados do Ministério da Saúde, afeta 35% da população brasileira e é responsável por 80% dos casos de derrame cerebral e 60% dos ataques cardíacos no país. É também a doença mais prevalente entre os idosos. Caso não seja feito controle, pode levar a várias complicações para a saúde, como insuficiência cardíaca, doenças coronárias ou mesmo um AVE (acidente vascular encefálico). Como não apresenta sintomas significativos, medir a pressão arterial com frequência auxilia na identificação e controle da enfermidade.
A origem é genética ou causada por um estilo de vida pouco saudável, sobretudo em relação à má alimentação e à falta de atividade física. Daí começa a ocorrer um aumento anormal da pressão arterial, isto é, a pressão que o sangue faz ao circular pelas artérias.
6. Depressão
Bastante recorrente em idosos, os sintomas nem sempre são fáceis de identificar em pacientes mais velhos, pois não se manifesta com os sintomas clássicos da doença, por isso que o médico e a família precisam estar atentos às queixas. Por exemplo, a queixa não precisa ser tristeza, mas sim a falta de prazer em fazer as coisas e dores atribuídas a queixas específicas.
É importante redobrar a atenção para esse e outros transtornos mentais, como a ansiedade. A saúde e o bem-estar de uma pessoa de qualquer idade não devem se limitar às condições físicas. A saúde mental é parte essencial de uma boa qualidade de vida, inclusive na terceira idade. Dessa forma, é sempre importante ficar atento aos transtornos mentais que podem aparecer nos idosos.
Além do acompanhamento médico e psicológico, o incentivo a uma vida com hábitos saudáveis e uma rotina que incentive atividades lúdicas pode ajudar a contornar os problemas gerados por tal distúrbio.
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7. Osteoporose
É uma doença que atinge mais as mulheres, uma vez que está relacionada à diminuição da massa óssea, que já é menor no sexo feminino e tem uma diminuição significativa pós-menopausa. Isso torna os ossos mais fracos e a pessoa fica mais suscetível a fraturas, um grande problema para os idosos.
A densidade óssea se perde com o tempo; por isso, a osteoporose é uma das doenças mais comuns em idosos. O tratamento é a base de suplementação de cálcio e de vitamina D, além de exercícios, fisioterapia e mudança de hábitos — como a eliminação do cigarro e do álcool.
Além de pensar na prevenção de quedas, é preciso se atentar para dores prolongadas, dificuldade de ficar de pé ou diminuição da estatura, com a curvatura acentuada das costas. As fraturas mais comuns são no pulso, nas vértebras e na anca.
8. Mal de Parkinson
A doença de Parkinson é degenerativa e progressiva, afetando partes cerebrais. Ela altera principalmente os movimentos do corpo, provocando tremor, lentidão, desequilíbrio, falta de reflexo e até rigidez involuntária dos músculos.
Isso ocorre devido à redução de dopamina no organismo, substância que comanda os processos químicos relacionados ao desenvolvimento motor. Embora não exista cura, o Parkinson pode ser controlado com medicamentos e um bom acompanhamento de fisioterapia.
9. Infecção Urinária
Infecção urinária é o nome de uma série de enfermidades causadas pela ação de micro-organismos (normalmente bactérias) no trato urinário. Dependendo da localidade onde se dá a infecção, a doença recebe um nome diferente. Dessa forma, temos a uretrite (infecção na uretra), cistite (na bexiga) ou pielonefrite (nos rins).
Durante a juventude, as mulheres são mais afetadas por quadros de infecção urinária, devido a características anatômicas. Contudo, a partir dos 50 anos, com o crescimento da próstata, os homens também podem sofrer mais com esse problema. Além disso, diabetes sem o controle adequado pode favorecer o desenvolvimento dessa doença.
Os sintomas mais comuns de infecções urinárias são ardor ao urinar, escassez de urina e dor no baixo ventre, na região da bexiga e nos rins. O tratamento envolve, na maioria dos casos, a administração de antibióticos, que devem ser prescritos por um médico após avaliação do paciente.
10. Infecções Respiratórias
Idosos também são mais propensos a doenças respiratórias que podem evoluir para quadros graves. A maioria dessas doenças são causadas por vírus, bactérias, fungos ou mesmo pela inalação de agentes alérgicos.
Apesar disso, na maioria dos casos, todas as infecções apresentam sintomas similares, como dor no corpo, febre, dor de garganta, tosse, rouquidão e dificuldade para respirar. Ainda que muitos desses quadros sejam autolimitados (ou seja, se resolvam por conta própria em alguns dias), é preciso ficar atento à evolução dos sintomas e procurar ajuda médica sempre que necessário.
A prevenção para esses problemas demanda uma série de cuidados. Eles vão desde a vacinação para uma série de enfermidades até o cuidado com a limpeza e a ventilação dos ambientes, principalmente no inverno. Isso porque há a tendência de permanecermos em locais fechados por mais tempo.
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A importância da rotina na vida do idoso
A pandemia trouxe à tona como mexer no cotidiano do idoso, de modo a alterar sua rotina, pode ser maléfico para ele. Assim, é necessário que os idosos mantenham horários para banho, alimentação, passeio, consumir medicamentos de uso contínuo e para fazer as atividades que gostam.
Separamos algumas dicas valiosas para a família realizar no dia a dia dos idosos:
- Aos que utilizam medicamentos contínuos, os horários e quantidades devem ser respeitados.
- Verificar se a alimentação está correta, aumentar a ingestão de água e observar mudanças de apetite e peso.
- Incentivar o consumo de frutas, verduras e legumes. Caso a pessoa idosa não tenha mais condição de cozinhar, forneça uma alimentação completa.
- Saiba impor rotinas e regras. Idosos não devem ser infantilizados, mas, em muitas situações, orientados.
- Tomar sol de 15 a 30 minutos diários, nos horários e com os cuidados recomendados e mantendo o distanciamento num jardim, varanda ou mesmo numa janela.
- Somente retire o idoso de casa se for de extrema necessidade.
- Lave as mãos, tire os sapatos e troque de roupas sempre que chegar em casa.
- Por fim, observar o estado clínico geral e procurar o serviço de saúde em caso de alterações na saúde do idoso.
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Além disso, especialmente após os 65 anos, torna-se muito importante a escolha de um geriatra, sendo essa a especialidade médica responsável por cuidar dos idosos e auxiliar no processo de envelhecimento. Já pacientes com histórico familiar de doenças crônicas devem ter um cuidado especial e as visitas a um médico geriátrico ou clínico geral devem iniciar após os 50 anos.
Não deixe sua saúde para depois: queremos cuidar de você e de sua família!