Entenda por que essas doenças não podem ser esquecidas durante a pandemia
Estudo levantou que 52% dos brasileiros com idade a partir de 18 anos receberam, em 2019, algum diagnóstico de ao menos uma doença crônica. A Pesquisa Nacional de Saúde 2019 (PNS), foi divulgada atualmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério da Saúde, após entrevistar 108 mil famílias.
De acordo com o IBGE, as doenças crônicas devem ser consideradas o maior problema de saúde pública no Brasil e no mundo, uma vez que impactam casos de mortes prematuras, perda de qualidade de vida, além de altos custos para a sociedade e os sistemas de saúde.
Todo ano, as doenças crônicas não transmissíveis são responsáveis por dois terços das mortes no mundo. Em 2016, por exemplo, quase um milhão de brasileiros morreram de problemas cardiovasculares e diabetes, entre outras doenças crônicas. Ou seja: não podemos apenas focar na Covid-19 e deixar de tratar estes quadros que tanto afetam nossa população.
Para entender melhor o cenário, confira dados publicados pelo Ministério da Saúde, que traçou o perfil do brasileiro em relação às principais doenças crônicas do país: 7,4% das pessoas tem diabetes, 24,5% tem hipertensão e 20,3% estão obesos, conforme dados da pesquisa Vigitel 2019 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico).
Durante os últimos 13 anos – período em que se iniciou esse monitoramento – o maior aumento levantado se trata dos casos de obesidade, que subiu de 11,8% em 2006 para 20,3% em 2019, uma significativa ampliação de 72%. Como levantamos em um artigo anterior, desse modo, 2 em cada 10 brasileiros estão obesos e mais de 55% acima do peso. A Vigitel demonstrou ainda que, entre 2006 e 2019, os casos de diabetes se elevaram também, de 5,5% para 7,4%, do mesmo modo a hipertensão arterial, que subiu de 22,6% para 24,5%.
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Apesar de serem as mulheres, as principais afetadas pelas doenças crônicas, especialmente as acima de 65 anos, o Ministério da Saúde alerta que a população masculina adota poucos cuidados preventivos, sendo que 31% deles afirma que não têm o hábito de ir ao médico. Essa estatística aponta para o aumento das chances do aparecimento de doenças crônicas que, se não tratadas corretamente, podem levar a mortes por problemas cardíacos e outras complicações graves.
Veja quais são as principais doenças crônicas no Brasil:
1. Diabetes
A diabetes é uma doença crônica não transmissível que é caracterizada pela elevação da glicose no sangue quando o pâncreas não produz insulina suficiente ou quando o corpo não utiliza a substância de forma eficaz. A insulina é o hormônio responsável por controlar a entrada de glicose no sangue. A falta de insulina ou altas taxas de glicose podem trazer diversas complicações para o coração, artérias, rins e, em casos mais graves, pode até levar à morte. Por isso, sua prevenção e tratamento precoce se fazem tão urgentes.
De acordo com o PNS, 7,7% da população acima de 18 anos é diabética, o que equivale a cerca de 12,3 milhões de pessoas, das quais 8,4% são mulheres e 6,9% homens. Em 2013, eram apenas 6,2%, o que significa que os brasileiros não se atentaram em adotar hábitos de vida saudáveis e preventivos para essa e outras doenças.
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2. Hipertensão
Conhecida popularmente como “pressão alta”, a hipertensão arterial se trata do aumento da pressão que o sangue exerce nos vasos sanguíneos ao circular pelas artérias do corpo. Os níveis elevados são considerados altos na medida em que os valores da pressão máxima e mínima são a partir de 14 por 9.
A doença atinge quase 24% da população, ou seja, cerca de 38,1 milhões de pessoas – 26,1% mulheres e 21,1% homens. Em 2013, eram 21,4%, o que demonstra, novamente, um aumento importante. A hipertensão é mais comum em pessoas acima de 65 anos.
Em 2019, 5,3% (8,4 milhões) de pessoas acima de 18 anos foram diagnosticadas com alguma doença do coração. Em 2013, foram 4,1%.
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3. Obesidade
A obesidade se trata do acúmulo excessivo de gordura corporal no indivíduo, sendo fator de risco para outras diversas doenças, especialmente hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, entre outras.
No Brasil, atualmente cerca de 18 milhões de pessoas são consideradas obesas. Somando a quantidade de pessoas acima do peso, o número chega a 70 milhões, sendo o dobro de três décadas atrás. O percentual de pessoas com obesidade cresceu 60,2% no Brasil nos últimos 12 anos e 74% dos óbitos no Brasil acontecem por doenças associadas à doença.
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4. Asma
Asma é uma doença que afeta tanto crianças quanto adultos. Seus principais sintomas são tosse, falta de ar e chiado no peito, que são causados devido à inflamação das vias aéreas. A asma ainda não tem cura, mas há tratamentos capazes de controlar a doença ao longo da vida de quem é acometido por tel.
No Brasil há aproximadamente 20 milhões de asmáticos. De acordo com o DATASUS, o banco de dados do Sistema Único de Saúde, ocorrem em média 350.000 internações por asma no país anualmente.
5. Câncer
O câncer é um conjunto de mais de 100 doenças que causa a produção desordenada de células, as quais invadem tecidos e órgãos dividindo-se de forma extremamente rápida. Tais células tendem a ser incontroláveis e agressivas, o que leva a formação de tumores que podem espalhar-se para outras regiões do corpo.
A Pesquisa Nacional de Saúde realizada em 2019 estimou que 2,6% das pessoas acima de 18 anos receberam o diagnóstico de câncer no país, sendo relativo a 4,1 milhões de adultos. Em 2013, esse número era de 1,8%.
6. Depressão
A depressão uma doença psiquiátrica crônica que apresenta um quadro de tristeza profunda, perda de interesse, ausência de ânimo e oscilações de humor. É preciso estar atento para não confundi-la com a ansiedade, sendo essencial que o diagnóstico e o acompanhamento seja realizado por um médico.
A doença atinge, em média, 300 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, são 16,3 milhões de pessoas diagnosticadas com depressão. Segundo o IGBE, estima-se que 10,2% das pessoas acima de 18 anos receberam o diagnóstico, sendo mais comum em mulheres (14,7%) do que em homens (5,1%). Além disso, na fase da pesquisa, apenas 18,9% das pessoas diagnosticadas faziam psicoterapia e 48% estavam utilizando medicamentos.
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7. AVC (Acidente Vascular Cerebral)
Existem dois tipos de AVC: hemorrágico e isquêmico. Os dois podem causar perda das funções dos neurônios, e o sintomas, assim como as sequelas, dependem da região atingida.
– Hemorrágico: quando há um rompimento de um vaso cerebral que se caracteriza pelo sangramento em uma parte do cérebro.
– Isquêmico: quando surge uma obstrução da artéria impedindo a passagem de oxigênio para as células cerebrais que acabam morrendo.
Entre a população adulta do Brasil, 2% receberam algum diagnóstico de AVC, sendo cerca de 3,1 milhões de pessoas com idade acima de 18 anos.
8. Alzheimer
O Alzheimer é uma doença neuro-degenerativa que causa um declínio das funções cognitivas responsáveis pela memória, linguagem e percepção. Em estágios mais avançados, interfere no comportamento e na personalidade da pessoa. Os primeiros sintomas observados nos pacientes são a perda de memória recente e a repetição de lembranças precisas de situações marcantes ocorridas há muitos anos.
No Brasil, estima-se que mais de 2 milhões de pessoas têm demências, sendo que cerca de até 60% podem ser do tipo Alzheimer.
9. Mal de Parkinson
A Doença de Parkinson, geralmente, aparece em torno dos 60 anos de idade, de modo lento e progressivo. É um tipo de degeneração cerebral, cujos principais sintomas são tremor, rigidez, movimentos lentificados e postura encurvada. A doença não tem cura, mas existem tratamentos multidisciplinares e medicamentosos capazes de combater os sintomas e retardar o seu progresso.
O Parkinson atinge cerca de 200 mil pessoas no Brasil, sendo a segunda doença neuro-degenerativa mais em nossos idosos, precedida pelo Alzheimer.
10. DPOC (Doença pulmonar obstrutiva crônica)
A DPOC é uma doença crônica que tem sido muito comentada durante a pandemia. Está ligada ao tabagismo e compromete significativamente a qualidade de vida do indivíduo. O diagnóstico acontece a partir de exames físicos e do histórico clínico do paciente, a fim de levantar a extensão dos danos respiratórios.
No Brasil, são mais de 7,5 milhões de pessoas portadoras de DPOC. Entretanto, a OMS afirma que os dados configuram um subdiagnóstico e que, na prática, o número de afetados é maior.
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