Conheça mais sobre uma das doenças mais incapacitantes do mundo e entenda porque enxaqueca não é frescura.
Basta ter um dia mais estressante, uma noite de sono mal dormida, ou comer algo que não desce muito bem para que ela, a dor de cabeça, apareça para incomodar. Certamente, você já sentiu alguma dor de cabeça e tomou um analgésico para controlar a dor. Entretanto, isso não significa que o problema está resolvido, não para os 31 milhões de brasileiros que têm enxaqueca crônica. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) a enxaqueca é a sexta doença mais incapacitante do mundo.
São mais de 150 os tipos de dores de cabeça já identificados, conforme estudos da Sociedade Internacional de Cefaleia e da Sociedade Brasileira de Cefaleia. Entre eles, a enxaqueca se destaca em todo o mundo, por ir além de um simples desconforto e interferir na qualidade de vida de quem precisa conviver rotineiramente com o problema.
Os números no Brasil são expressivos: a enxaqueca afeta cerca de 15% da população brasileira, a maioria entre os 25 e os 45 anos. Após os 50, a taxa tende a diminuir, principalmente em mulheres. Quando se trata de crianças, ocorre em 3% a 10%, afetando igualmente ambos os sexos antes da puberdade. Após essa fase, o predomínio é no sexo feminino.
Entre as mulheres, o problema chega a até 25%, mais que o dobro da prevalência entre os homens, segundo dados do Ministério da Saúde. A dor costuma ser comumente confundida com a de uma cefaleia comum. Mas, de acordo com a Academia Americana de Neurologia, não é necessário passar por exames de imagem para o diagnóstico. Basta preencher os critérios que identificam a enxaqueca para que o tratamento possa ser iniciado.
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O que é a enxaqueca?
De acordo com o NIH – National Institute of Neurological Disorders and Stroke, a enxaqueca é uma doença com sintomas neurológicos incapacitantes. A dor de uma enxaqueca é frequentemente descrita como uma dor intensa pulsante ou latejante em uma área da cabeça. No entanto, é muito mais: a International Headache Society diagnostica uma enxaqueca pelo nível de dor e número de ataques, sendo pelo menos 5, que duram de 4 a 72 horas cada um, se não tratados. Ela surge com sintomas adicionais, além da dor de cabeça, incluindo náusea, vômito, sensibilidade à luz, ao som e ao cheiro, tontura, dor na nuca e formigamento nas extremidades ou no rosto.
Como vimos anteriormente, o NIH confirma que a enxaqueca é três vezes mais comum em mulheres do que em homens e atinge mais de 10% das pessoas em todo o mundo. Aproximadamente um terço dos indivíduos afetados podem prever o início de uma enxaqueca porque ela é precedida por uma “aura”, distúrbios visuais que aparecem como luzes piscando, linhas em zigue-zague ou perda temporária de visão.
Pessoas com enxaqueca tendem a ter ataques recorrentes desencadeados por vários fatores, incluindo estresse, ansiedade, alterações hormonais, luzes brilhantes ou piscando, falta de comida ou sono e substâncias dietéticas. A enxaqueca em algumas mulheres pode estar relacionada a mudanças nos níveis hormonais durante o ciclo menstrual. Por muitos anos, os cientistas acreditaram que a enxaqueca estava ligada à dilatação e constrição dos vasos sanguíneos na cabeça. Os estudiosos agora acreditam que a enxaqueca tem uma causa genética.
A doença não tem cura. Porém, ela não é constante – atua por meio de crises. O tratamento serve para tornar esses momentos de dor cada vez mais escassos, aumentando os momentos de calmaria.
Dependendo da intensidade da enxaqueca, ela pode afetar a vida profissional e pessoal do indivíduo. Segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia, cerca de 90% de quem sofre dessa patologia tem algum prejuízo no trabalho, estudos, atividade de lazer e vida sexual. A enxaqueca possui uma relação muito grande com o estilo de vida – sedentarismo, tabagismo, obesidade, alimentação inadequada, transtornos do humor (depressão e ansiedade) e alterações orofaciais (disfunção temporomandibular). Por isso, geralmente o tratamento dos pacientes é realizado de maneira multidisciplinar, por meio da atuação não apenas do neurologista, mas também do dentista, nutricionista, psicólogo, enfermeira e fisioterapeuta.
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22 fatos sobre a enxaqueca no mundo
Confira informações relevantes sobre essa doença, levantada pela Migraine Research Foundation e entenda a gravidade da enxaqueca na vida das pessoas que são afetadas por ela e por que ela é muito mais que uma dor de cabeça.
- A enxaqueca é uma doença neurológica extraordinariamente prevalente, afetando 1 bilhão de pessoas em todo o mundo.
- A enxaqueca é a terceira doença mais prevalente no mundo.
- A enxaqueca é a 6ª doença mais incapacitante do mundo.
- Cerca de 90% das pessoas que sofrem de enxaqueca têm um histórico familiar de enxaqueca.
- A maioria das pessoas não percebe como a enxaqueca pode ser séria e incapacitante.
- Mais de 90% dos pacientes são incapazes de trabalhar ou funcionar normalmente durante a enxaqueca.
- Cerca de 25% das pessoas que sofrem de enxaqueca também apresentam um distúrbio visual denominado aura, que geralmente dura menos de uma hora.
- Em até 20% dos ataques, outros sintomas neurológicos ocorrem antes da dor de cabeça real.
- Os ataques geralmente duram entre 4 e 72 horas.
- O uso excessivo de medicamentos é a razão mais comum pela qual a enxaqueca episódica se torna crônica.
- Depressão, ansiedade e distúrbios do sono são comuns para pessoas com enxaqueca crônica.
- A enxaqueca afeta desproporcionalmente as mulheres. 85% dos que sofrem de enxaqueca crônica são mulheres.
- Antes da puberdade, os meninos são mais afetados do que as meninas, mas durante a adolescência, o risco de enxaqueca e sua gravidade aumentam nas meninas.
- Aproximadamente 1 em cada 4 mulheres terá enxaqueca em suas vidas.
- Três vezes mais mulheres do que homens sofrem de enxaqueca na idade adulta.
- Cerca de metade das mulheres sofrem mais de um ataque por mês, e um quarto experimenta 4 ou mais ataques graves por mês.
- A enxaqueca continua a ser uma doença mal compreendida que muitas vezes não é diagnosticada e é subtratada.
- Mais da metade de todos os que sofrem de enxaqueca nunca são diagnosticados.
- A grande maioria das pessoas que sofrem de enxaqueca não procura atendimento médico para a dor.
- Apenas 4% das pessoas que sofrem de enxaqueca que procuram atendimento médico consultam especialistas em dor de cabeça e dor.
- Embora 25% dos pacientes se beneficiassem do tratamento preventivo, apenas 12% de todos os pacientes o recebem.
- Apesar da vasta prevalência da enxaqueca e de seus graves efeitos sobre os indivíduos, as famílias e a economia, a pesquisa sobre as causas e o tratamento da enxaqueca é gravemente subfinanciada.
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Como funciona o tratamento?
O NIH – National Institute of Neurological Disorders and Stroke – destaca que realmente não há cura absoluta para a enxaqueca, uma vez que sua fisiopatologia ainda não foi totalmente compreendida. Existem, então, duas maneiras de abordar o tratamento da enxaqueca com medicamentos: prevenir as crises ou aliviar os sintomas durante elas.
A prevenção envolve o uso de medicamentos e mudanças comportamentais. O tratamento da enxaqueca deve ser indicado por um médico neurologista, que irá prescrever alguns remédios para o alívio da dor e outras medicações para os restantes sintomas. A terapia hormonal pode ajudar algumas mulheres cujas enxaquecas possam estar ligadas ao seu ciclo menstrual.
Para tratar a enxaqueca com eficácia, é muito importante que o paciente aprenda a reconhecer os primeiros sintomas que normalmente antecedem a dor de cabeça, como sensação de mal estar, dor na nuca, leves tonturas ou sensibilidade à luz, cheiro ou ruído, para que o tratamento possa ser iniciado assim que possível.
Além do uso adequado de remédios, prescritos de forma individual para cada paciente, as ações comportamentais envolvem estratégias de controle do estresse, como exercícios, técnicas de relaxamento e outras terapias destinadas a limitar o desconforto diário, de modo a reduzir o número e a gravidade dos ataques de enxaqueca. É preciso, ainda, adotar mudanças no estilo de vida que evitem as crises, incluindo considerações dietéticas, comer refeições regularmente programadas com hidratação adequada, interromper certos medicamentos e estabelecer um horário de sono consistente. Um programa de perda de peso é recomendado para indivíduos obesos com enxaqueca.
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Fale com um médico
Agora que você conheceu mais sobre a enxaqueca, e entendeu que realmente não é frescura, mas uma doença crônica e incapacitante, não deixe para cuidar de você quando os sintomas piorarem e a crise aumentar. Caso você sinta algum desses desconfortos ou conheça alguém que precisa de ajuda, nossa equipe do plantão médico online 24 horas está sempre à disposição em nossa plataforma. Aqui, além de você ser acolhido por um médico de forma ágil e segura, nós emitimos receitas digitais e, quando consideramos necessários, encaminhamos o seu caso para um de nossos neurologistas da equipe. A teleconsulta veio para te ajudar, sem você precisar sair de casa. Clique aqui e faca agora mesmo o seu atendimento médico.
Fonte:
https://sbcefaleia.com.br/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmedhealth/PMH0072557
https://migraineresearchfoundation.org/about-migraine/migraine-facts
https://www.ninds.nih.gov/disorders/all-disorders/migraine-information-page
https://migraine.com/living-with-migraine/migraine-and-work/
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